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quarta-feira, 21 de março de 2012

TAXA DE JUROS X INFLAÇÃO

A ciência econômica, traz em seu bojo várias linhas de pensamento, no intuito de melhor responder aos problemas advindos da escassez de recursos. No controle da inflação, ganha destaque ao longo do tempo o debate entre as linhas ortodoxas e heterodoxas, uma vez que as políticas são completamente distintas.
A primeira linha integra os economistas que veem a utilização das taxas de juros crescentes, como principal instrumento de combate a inflação, já os heterodoxos, defendem o contrário, uma vez que juros menores estimulam: os investimentos, a produção e o consumo, variáveis importantes para dar o ritmo a economia e manter equilibrada a relação oferta e demanda.
O cenário de crise soberana, nos Estados Unidos e nos países integrantes da União Europeia, abriram espaços para a autoridade monetária brasileira, modificar a política de combate a inflação, ao invés de manter taxas crescentes de juros, passou a cortá-las de forma gradual.
A mudança de rota têm dois objetivos básicos: o primeiro trazer a inflação para o centro da meta e o segundo, estimular o mercado interno, para compensar a retração da demanda externa sobre os produtos brasileiros.
A posição adotada pelo Banco Central, preserva o equilíbrio fiscal, uma vez que o aumento da produção, implica também no aumento da receita pública. A despesa pública cai já que os juros a serem pagos à aqueles que adquiriram os títulos públicos passam a ser menor e também pelo fato de que nem todos os títulos, estejam vinculados a selic, pois parte deles são vinculados a variação das taxas de câmbio.
Portanto em que pese a conjuntura econômica mundial, os pilares da economia brasileira se mostram bastante sólidos, com isso os efeitos da crise soberana, trarão impactos negativos a economia, mas podem ser reduzidos, isto em razão das políticas públicas, que vem sendo adotadas e também pelo fato destas, ter como norte o mercado interno.
A retração da demanda externa amplia a oferta interna de produtos, impedindo com isso a alta dos preços, derrubando a inflação, a retornando para o centro da meta estipulada anteriormente pela autoridade monetária.
Um ponto importante e que reflete o bom momento da economia brasileira assenta no montante de investimentos diretos, feito no país nos últimos dez meses do ano. De janeiro a outubro, alcançou valor recorde de US$ 56 bilhões, detalhe só no mês de outubro, considerando a instabilidade externa, aliada a insegurança jurídica, causada pelo STF, (quando questiona os subsídios fiscais e financeiros, que são os pilares dos programas de desenvolvimento regional), adentrou ao país US$ 5,6 bilhões. A autoridade monetária projeta para o mês de novembro, a entrada de mais US$ 4,0 bilhões de investimentos, o que a se confirmar irá elevar o montante para US$ 60,0 bilhões consolidando ainda mais sua posição como a bola da vez entre os emergentes, perdendo apenas para a China, que além de estar dominando o mercado mundial detém uma população superior a 1,3 bilhão de habitantes.
A meu ver o Banco Central, está no caminho certo em adotar uma política monetária expansionista com ajustes graduais na taxa de juros.

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