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quarta-feira, 21 de março de 2012

OS DOIS LADOS DA MOEDA

A discussão sobre câmbio nem sempre agrada a todos, uma vez que sua flutuação provoca efeitos diversos, para os atores, que dão o tom na atividade econômica. Pelo lado da oferta a apreciação do câmbio, somada a uma infraestrutura precária, provoca no país perda de competitividade do produto local em relação ao externo.
Pelo lado da demanda este mesmo processo de apreciação da ao consumidor o direito de comprar melhor, viajar ao exterior, enfim, aproveitar aquilo que o desenvolvimento econômico propicia ao cidadão, melhor condição de vida.
Portanto as análises econômicas devem considerar os dois lados da moeda e não tomar partido de um lado só. O setor importador também gera emprego e renda, pois favorece o processo de industrialização brasileira, uma vez que do total importado 84% se refere a insumos e 16% a produtos acabados.
Se não fossem as importações, a primeira fase do “Plano Real”, não havia se concretizado, pois os produtos provenientes destas empresas acirraram a competição, forçando naquela época a redução dos preços, evitando com isso, o retorno de instrumentos como: congelamento e tabelamento, que não se mostraram eficazes quando utilizados para o combate da inflação.
A de se considerar também que a formação do produto agregado de qualquer economia, leva em conta a soma do consumo das famílias, do governo, a inversão bruta total, as exportações menos as importações, pois na formação da riqueza, trabalha-se com recursos internos e externos.
Pelo fato do Estado Brasileiro ao longo do século XX, ter desconsiderado a importância de investir em modais alternativos ao rodoviário, atualmente qualquer apreciação cambial, provocada por taxa de juros, muito superiores as praticadas no mundo desenvolvido, têm causado instabilidade na balança comercial, nestas condições as importações acabam superando as exportações.
O que fazer para evitar este problema? Neutralizar os efeitos do câmbio, juros e carga tributária elevada. Como? Investir em inovação, qualificar a mão-de-obra e manter ativa a política de concessão de subsídios fiscais e financeiros. Por um lado assegura o crescimento da receita dos estados e aumenta a competitividade dos produtos a serem exportados. Por outro promove o desenvolvimento econômico favorecendo os estados as empresas e os consumidores.
Na economia o que é bom para o mercado externo, necessariamente não é bom para o interno. No entanto em uma economia de mercado as políticas monetárias, aplicadas pelos Bancos centrais devem levar em conta todos os atores do processo de desenvolvimento econômico, caso contrário as distorções serão inevitáveis.
O viés que vem sendo adotado pelo governo federal, mostra avanço no que tange ao início do processo de redução dos juros da taxa selic de 12,50% para 12,0%, mas ainda está muito longe do ideal , no entanto, inibe a vinda de novos investimentos, sobretudo ligados ás montadoras quando aumenta o imposto sobre produtos industrializados relativo a peças e componentes para veículos em 30%.
A medida quebra a lógica do livre mercado acordado no Consenso de Washington e inibe a concorrência. A indústria nacional respira aliviada pois poderá investir menos em P&D, para se manter no mercado, o consumidor pagará mais por um produto pior e a continuar esta política daqui algum tempo poderemos dar margem a alguém para chamar nossos carros de carroça.

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