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quarta-feira, 21 de março de 2012

BRASIL : A BOLA DA VEZ

A economia global passa por uma prova de fogo, nações desenvolvidas experimentam o colapso em suas contas públicas, fato que tem levado as agências de risco a rebaixarem suas notas, as colocando em situações de dificuldade perante seus investidores e credores.

O continente europeu vê despencar a credibilidade do euro, os países membros, à exceção da Alemanha, estão com endividamento público superior a 100%, de seus produtos internos brutos, como se isso não bastasse, apresentam, ainda, queda em suas atividades econômicas e suas taxas de desemprego já superam a casa de 8% ao ano.

O Reino Unido, no contexto de crise soberana, não só perdeu espaço dentro da Europa, como também, para países do bloco emergente, leia-se China e Brasil, o segundo fecha 2011 como a 6º economia, perdendo apenas para a primeira em termos de investimentos diretos externos.

O continente americano, outro gigante, se vê a beira do abismo econômico e financeiro, muito embora, ainda tenha sua moeda considerada como unidade de conta, meio de troca e reserva de valor.

Os reflexos da crise financeira internacional ainda lhes custam caro, como resultado tem-se a instabilidade do mercado imobiliário, financeiro e de bens e/ou serviços. A economia não vem respondendo, na medida esperada, as intervenções realizadas via políticas públicas, muito embora, contrariem o ideário neoliberal, têm sido a tábua de salvação para evitar um novo caos.

Por lá, os indicadores de desempenho da economia também ficam abaixo do esperado, taxas de crescimento do produto agregado abaixo de 3% ao ano, endividamento público elevado em relação ao produto interno bruto e taxas de desemprego acima de 9% ao ano, trazendo instabilidade ao mercado de trabalho.

Os ventos sopram com certa tranquilidade no continente asiático em razão dos resultados expressivos alcançados pela China em 2011, em que pesem os problemas vivenciados pelos países que demandam seus recursos e seus produtos, ou mesmo por aqueles que se colocam como seus grandes fornecedores, sobretudo na área de minério de ferro e commodities.

Na verdade, o agravamento da crise americana e europeia tende a arrefecer também o crescimento chinês, uma vez que reduziria a demanda por seus produtos. O Brasil, mesmo sendo a bola da vez, teria problema já que sua matriz exportadora combina produtos de origem mineral e aqueles provenientes do agronegócio.

A queda da atividade industrial chinesa implicaria na redução da demanda para o minério de ferro, fato que não se verificaria com os produtos provenientes do agronegócio, pois a China detém cerca de 1,3 bilhão de habitantes e não conta com recursos naturais para atender esta demanda.

Além dessa questão, o fato do Banco Central brasileiro ter dado outro rumo em sua política monetária, permite não só reduzir as taxas de inflação, como também, permite ao País explorar mais seu mercado interno como forma de compensar eventuais perdas no mercado externo, em razão do desaquecimento da demanda americana, europeia e possivelmente asiática.

Nesse cenário, é importante fazer o dever de casa. Qual? Equilibrar as contas públicas pela redução dos gastos com o custeio da máquina, assim procedendo, continuará abrindo espaços à queda sustentável das taxas de juros internas.

O resultado desse ajuste tende a contribuir para que o País supere o montante de US$ 65,0 bilhões de dólares de investimentos diretos externos, verificados no ano passado e, ainda, contribuirá para o crescimento do produto agregado em torno de 3,5% em 2012, percentual este compatível com o nível de investimentos que vem sendo aplicado em infraestrutura no País.

Goiânia, 09 de janeiro de 2012

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