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quarta-feira, 21 de março de 2012

CENÁRIO ADVERSO

Em um cenário de ambiente externo desfavorável, devido os reflexos da crise internacional, centrada, principalmente nos países da zona do euro e em menor grau nos Estados Unidos, eis que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, divulga o resultado da evolução de seus desembolsos e aprovações, no acumulado dos últimos 12 (doze) meses.
O desembolso total ficou em 71,5% do total de consultas realizadas, muito embora o enquadramento dos pedidos tenha sido da ordem de 95,6%. A diferença entre o número de projetos aprovados e o de efetivamente desembolsado foi de 13,7%.
A distribuição dos recursos foi a seguinte: agropecuária (7,0%), indústria (32,0%), infraestrutura (40,0%) e comércio e serviços (21,0%). O estados, cujas vantagens comparativas estão voltados ao agronegócio, como Goiás, e que não optarem pela diversificação de seus investimentos, correm o risco, mantido o critério de se manter na periferia dos mercados globalizados.
A nossa preocupação ganha força, quando analisa-se os percentuais de recursos destinados a cada região. As regiões centro-oeste e norte ficaram com (8,0%), o nordeste recebeu (14,0%), para o sudeste foram (49,0%) ficando o sul com (21,0%). Portanto as regiões mais dinâmicas, ficaram com (70,0%), dos recursos liberados, mantendo também no âmbito financeiro, o processo histórico de concentração de renda no país.
Partindo do princípio, que a instituição financeira em tela, é responsável não só pelo financiamento ao desenvolvimento econômico do país, mas também, para conter o processo de desigualdade histórica, verificada entre os estados da federação, a metodologia de distribuição dos recursos não pode ser considerada a melhor, uma vez que contribui para o processo de desigualdade entre as unidades da federação.
Nas exportações, coube a indústria (74,0%), o comércio e os serviços, ficaram com (26,0%). Cabe ainda ressaltar que no campo fabril, o setor de mecânica e material de transportes, absorveram juntos (57,0%), dos recursos, sendo este, mais um indicativo, de que os estados não devem priorizar a produção de produtos que tenham maiores vantagens comparativas, e sim valorizar, o processo de diversificação produtiva, em que pesem desjustes iniciais em suas balanças comerciais.
Outra preocupação recai sobre o porte das empresas beneficiadas, micro e pequenas empresas, receberam (20,0%), dos recursos, médias (10,0%), enquanto as grandes, ficaram com a cota maior (64,0%). Quando se analisa o desembolso por operações automáticas, os percentuais acima ganham força. O BNDES Finame, respondeu por (73,0%) das operações, restando ao BNDES Automático, apenas (16,0%) e ao Cartão BNDES, (11,0%). Portanto os recursos direcionados ao grupo de micro, pequenas e médias empresas foram da ordem de (27,0%), a maior parte ficaram com grupos empresariais que abarcaram (46,0%) dos recursos aplicados no ano passado.
A opção feita pelo Banco, contribuiu diretamente para os resultados alcançados pelo Sistema Nacional de Empregos-SINE, o de não preenchimento de todas as vagas, oferecidas no mercado de trabalho. A falta de recursos para micro, pequenas e médias empresas, restringe o pro cesso de qualificação de mão-de-obra, ficando este a cargo dos próprios trabalhadores, o que limita o acesso as vagas criadas.
Em Goiás, não foram preenchidas 100 mil vagas, prejudicando segmentos como: prestação de serviços, comércio, construção civil, indústria de transformação. O fato verificado no Estado, não foi isolado, pois segundo o Sistema Nacional de Empregos, situação semelhante, ocorreu em outras unidades da federação. O cenário em tela reforça a necessidade de modificação na metodologia de distribuição de recursos, por parte do agente financeiro. Em assim ocorrendo não só empresas de grande porte, mas também, micro, pequenas e médias, poderão dispender mais recursos em qualificação, reduzindo com isso o estoque de vagas, não preenchidas no país.
As empresas independente do porte, exercem com plenitude o seu papel, no contexto macroeconômico, demandam o máximo de recursos, uma vez que todos os segmentos, contribuem para o crescimento do produto interno bruto. Cabe ao Banco, o papel de equacionar as diferenças, regionais, uma vez que os recursos embora sejam crescentes, ainda são bastante escassos para favorecer o processo de desenvolvimento econômico homogênio no país.

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