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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A evolução dos níveis de emprego no Brasil e em Goiás

A discussão ora proposta tem o objetivo de chamar atenção do leitor para o lado que normalmente não é comentado nos veículos de comunicação sobre como vem se dando a evolução do níveis de emprego no Brasil e de modo especial em Goiás, isto no intuito de alertar principalmente os governos federal e estadual de que nem tudo são flores, muito embora não se possa negar que está havendo uma melhora considerável no quadro de empregos formais, que pese a conjuntura econômica atual. Normalmente, se coloca o saldo do emprego gerado no mês, do estoque do mês em análise e do acumulado, deixando de lado o total de admitidos e demitidos. No meu modo de pensar a omissão desta relação, tem como pano de fundo, esconder da própria sociedade os números que mostram se de fato está havendo ou não, a recuperação da economia ante a crise ora instalada e se de fato as perspectivas dos trabalhadores são boas no médio e longo prazo que os garanta aceitar de forma mais efetiva o convite principalmente do governo federal para continuar consumindo.

No que concerne ao Brasil, os números comparados com o mês anterior mostram uma expansão de (0,75%) no estoque de empregos, chegando a 242.126 empregos com carteira assinada. O acumulado dos últimos oito meses, também apresentou crescimento, sendo este da ordem de (2,13%), ou 680.034 empregos formais. Muito embroa não tenha sido publicado no site do Ministério do Trabalho e Emprego, o número de admitidos e demitos superam a casa de um milhão de trabalhadores e a taxa de desemprego gira em torno de 7%, o que não deixa de ser preocupante. Os setores que vêm contribuindo de forma positiva para o alcance destes resultados são: o de serviços com (85.568) novos postos de trabalho e indústria de transformação com 66.564 empregos formais. O lado negativo vem sendo puxado pela agricultura, cujo saldo de demissão superou o de admissão em (-11.249), o que implica dizer que o número de postos de trabalho que se fecharam foram maiores dos que se abriram. Os dois primeiros apresentaram resultados positivos, pois estão direcionados para o atendimento do mercado interno enquanto que o setor agrícola, por ter seus produtos mais direcionados ao mercado externo, sente mais os efeitos da retração da demanda externa devido o agravamento da crise financeira internacional. Em termos de regiões, a sudeste abriu 106.085 novas oportunidades de emprego com carteira assinada, seguida pela nordeste com 65.751 novos empregos, sul com 37.400 empregos, norte com 18.673 empregos e o Centro-Oeste com 14.209, tendo em vista que os Estados que o compõem terem suas atividades econômicas basicamente assentandas na atividade de pecuária e de produção de grãos para o atendimento principalmente do mercado externo. Feito estas considerações preliminares pode-se analizar o desempenho do Estado de Goiás, no que se refere a geração de empregos formais no mês de agosto do ano em curso. No mês, a diferença entre admitidos e demitidos foi de 6.554 empregos. A expansão acompanhou a verificada no País, sendo esta de 0,72%, em relação a do mês anterior. O estoque dos últimos oito meses alcançou 55.981 trabalhadores com carteira assinada.

Os setores que mais destacaram foram o de serviços, com 2.707 novos postos de trabalho e o da indústria de transformação, com 1.754 empregos formais. A agricultura seguindo a tendência de queda do restante do País teve mais trabalhadores demitidos do que admitidos, este saldo ficou em -563. As razões são as mesmas: queda da demanda por produtos advindos deste setor no mercado externo, não compensados pela demanda existente no mercado interno. Ao desagregar os dados por municípios com mais de 30 mil habitantes iremos confirmar a tendência de queda, do número de trabalhadores empregados nos municípios cuja atividade econômica encontra-se diretamente ligada à atividade agropecuária e à tendência de alta nos municípios cujo setor de serviços, a indústria de transformação e a construção civil, têm maior peso. Em Goiânia, principal cidade do Estado, foram gerados no mês de agosto 17.765 empregos com carteira assinada, no entanto, foram demitidos 14.928 trabalhadores deste mesmo grupo, restando um saldo de 2.837 trabalhadores. A cidade que apresentou melhor desempenho depois da Capital foi Aparecida de Goiânia, com 4.875 admitidos e 3.906 demitidos, saldo de 969 trabalhadores. Em seguida veio Anápolis, com 2.861 trabalhadores admitidos e 2.455 demitidos, Luziânia, que fica no Entorno de Brasília, adimitu 1.121 trabalhadores e demitiu 846 ficando com um saldo positivo de apenas 275 trabalhadores e Mineiros, fechando o grupo de municípios que apresentaram os melhores resultados, admitiu 779 trabalhadores e demitiu 578, obtendo um saldo de 201 trabalhadores, o que é muito pouco para o atendimento da demanda, haja vista o grande contingente populacional ali residente.

O desempenho negativo ficou com outros cinco municípios cuja economia tem um grande peso para o desenvolvimento do Estado. O pior resultado no mês foi alcançado por Goiatuba, com 274 admissões e 741 demissões, com saldo negativo de -467 trabalhadores, em seguida veio Itumbiara com 1.007 trabalhadores admitidos e 1.136 demitidos, o saldo foi negativo em -129 postos de trabalho, Caldas Novas admitiu 6590 trabalhadores e demitiu 685, com saldo negativo de -26 trabalhadores, Rio Verde admitiu 1.813 trabalhadores e demitiu 1.822, ficando com um saldo negativo de -9 trabalhadores e fechando o grupo dos cinco piores municípios em termos de geração e manutenção de empregos vem Catalão, cuja admissão foi de 868 trabalhadores e a demissão foi de 875, gerando um saldo negativo de -7 trabalhadores, mostrando que a exceção de Caldas Novas, cuja atividade econômica assenta no setor de serviços, os demais municípios, em que esta atividade tem forte ligação com o setor agropecuário e cuja produção tem como destino o mercado externo, vem sentindo mais os efeitos da crise financeira internacional, razão pela qual o número de empregos gerados tem sido menor do que as oportunidades de empregos fechadas. A discussão em tela teve como objetivo mostrar que, de fato, nem tudo são flores, a recuperação da economia tem se dado de forma pontual, por esta razão os trabalhadores devem ficar atentos, já que o mercado, vem contratando e demitindo em proporção elevada, chegando em algumas localidades a demitir muito mais trabalhadores do que contratar. Fica aí mais um ponto para reflexão da sociedade.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/a_evolucao_dos_nveis_de_emprego_no_brasil_e_em_goias

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