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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Profissão: economista

A discussão que se propõe ganha força na medida em que há um desconhecimento do papel a ser desempenhado pelo economista no mercado, deixando, por vezes, os próprios alunos dos cursos de Ciências Econômicas com dúvidas em relação ao papel que desempenharão em um mercado cada vez mais competitivo e globalizado.

São recorrentes principalmente em empresas, entidades civis organizadas e mesmo nas três esferas de governo de que o papel de um economista pode ser realizado por um administrador ou mesmo um contador, razão pela qual os estágios na área financeira tende a recair mais sobre administradores e contabilistas do que propriamente em economistas.

A superposição das funções em razão do desconhecimento leva inicialmente a uma perda para os estudantes de Economia e, posteriormente, aos próprios economistas, que veem suas funções sendo ocupadas por outros profissionais. Em seguida, perdem as empresas, as entidades civis representativas e as três esferas de governo, pois o conhecimento a cerca da Teoria Econômica e de como trabalhar suas variáveis para auxiliar estes mesmos agentes econômicos e públicos na tomada de decisões, só pode ser realizado por economistas. Se não fosse assim, administradores, contabilistas e advogados estariam sendo chamados nos veículos de comunicações nacionais e estrangeiros, para explicar os diversos efeitos da crise financeira mundial sobre o Produto Interno Bruto, o comportamento das taxas de juros nos mercados internos e externos, o comportamento das taxas de câmbio, o montante de investimentos e outras variáveis não menos importantes dentro do cenário em que vivemos.

A modelagem de uma política fiscal, que, para muitos, diz respeito tão-somente à questão tributária, é papel de um economista. Diante disso, pergunto: é possível qualquer governo orientar a economia em direção ao crescimento, com vistas ao desenvolvimento econômico sem a utilização dos três pilares que dão sustentação à qualquer política fiscal? Não. Por quê? Porque é através de uma política fiscal que os governos centrais, ou mesmo a União, no caso específico do Brasil, alocam recursos para promover os bens públicos, criam mecanismos para distribuir a renda e diminuir as desigualdades sociais e regionais, além de propiciar meios para manter estabilidade econômica, quando da utilização correta e na medida certa de políticas monetária, cambial e tributária. Cabem aos economistas, pelo conhecimento profundo da Teoria Econômica, modelar estas políticas para serem aplicadas de forma positiva pelos agentes econômicos que se interagem nos mercados (empresas e consumidores).

Não fosse assim, não haveria sentido a existência das Ciências Econômicas, cujo objetivo se assenta no estudo da produção, distribuição, consumo e comercialização de bens ou serviços em um ambiente de escassez.

Portanto, meus amigos, é preciso que os agentes econômicos e públicos passem a adotar outra postura em relação a este profissional. Não se pode conceber a ausência de um profissional desta importância em empresas, entidades civis representativas e nas três esferas de governo. Neste sentido, algum empresário poderia perguntar: “Por que contratar um economista?” Poderia responder de forma sucinta para auxiliá-lo na tomada de decisões. Mas como? Vamos analisar o caso de uma empresa que deseja aumentar sua produção e, para tanto, tem que lançar mão de recursos de terceiros. Como o economista poderia auxiliá-la? Cabe a este profissional orientar os empresários no seguinte sentido: o que produzir? Como produzir? E para quem produzir? No caso específico desta empresa, primeiro, se faz necessário ver o comportamento do mercado em relação ao produto daquela empresa. Isto no sentido de orientá-la com relação à oferta existente e às possibilidades que se abririam para que estes produtos pudessem ser negociados em um quantitativo maior, sem que o fabricante incorresse na necessidade de reduzir seu preço. Em um segundo momento, deveria se analisar o custo de oportunidade entre fazer esta capitação de recursos no mercado e investir na expansão deste produto. Isto porque dependendo do custo financeiro e da conjuntura econômica, às vezes, o ideal para aquele momento fosse manter a produção ou mesmo lançar um produto diferente para ganhar mercado e não concorrer com os mesmos produtos. Isto é só um exemplo do papel que um economista poderia desempenhar em uma empresa.

Outra análise importante é pelo conhecimento da economia como um todo, para orientar os empresários e quando e onde investir. Há outros trabalhos que ficam a cargo do economista, como: elaborar, avaliar e analisar projetos de investimentos, fazer consultorias nas áreas financeiras e tributárias, fazer conjuntamente com administradores e contadores análises financeiras no sentido de avaliar o giro, endividamento de curto, médio e longo prazo além de avaliar a taxa de retorno dos investimentos a serem realizados, cálculos financeiros dentre outros de igual importância.

Os economistas também são fundamentais para elaboração de projetos para que as empresas busquem incentivos fiscais junto às esferas de governo. No caso específico de Goiás, atuam na elaboração de projetos do Fomentar, Produzir, FCO e outros ligados à alocação de recursos públicos subsidiados no intuito de que as empresas venham a realizar seus investimentos e se coloquem nos mercados com chances reais de competir com suas concorrentes mais próximas.

A economia goiana passa por um processo de diversificação, haja vista que a estrutura de sua riqueza tem mais peso no setor de serviços, seguido da atividade industrial e, depois, da atividade agropecuária e de extração mineral. Em todos estes segmentos, cabe a um ou mais economistas orientar os empresários no sentido de consolidar os seus negócios. É importante que se diga que a presença de um economista na área financeira de qualquer agente econômico ou público não implica em dizer que se deve abrir mão de um contador, administrador ou advogado, pelo contrário, fortalece a relação entre os profissionais para a melhoria das relações das empresas, das entidades civis representativas e, por conseguinte, das esferas de governo.

Na verdade, os agentes que detêm estes profissionais vão mais longe nos seus negócios, já que passam a ter a visão do todo e aplicabilidade do conhecimento de cada um dentro de suas áreas específicas.

Nas administrações estaduais e municipais, haveria lugar para os economistas? É claro que sim. Podem trabalhar o planejamento destes governos, elaborar orçamentos públicos e, ainda, capitanear investimentos para estes cortes geográficos.

O Estado de Goiás têm 246 municípios. Pergunto: quantos desenvolvem algum tipo de atividade industrial? No máximo 80 municípios. Quantos poderiam desenvolver? Todos, desde que o potencial econômico destes municípios viesse a ser conhecido pelos seus gestores. Quem poderia prestar este tipo de assessoria aos gestores municipais? Os economistas, pois conhecem o contexto macroeconômico e podem orientar os melhores investimentos no campo microeconômico.

E nas entidades civis representativas, qual seria o papel do economista? Fazer análises financeiras e tributárias para as empresas filiadas no sentido de lhes possibilitar o acesso a recursos subsidiados e também reduzir os custos tributários, dando-lhes maior condição de colocar seus produtos nos mercados.

Então, há mercado para economistas? Sim. Além de haver mercado, a remuneração pode superar a casa de sete mil reais.

Junte-se a nós, seja um economista!

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