A integração existente entre as economias em um mercado globalizado, por um lado, facilita as relações comerciais e financeiras, e por outro, leva estas mesmas economias a sentirem os efeitos de qualquer desequilíbrio que ocorre em uma delas em tempos de crise ou não.
Para se ter uma ideia do nível de integração, quando o Banco Central do Brasil decide alterar sua taxa básica de juros, como deve ocorrer ainda nesta semana, ele não olha os movimentos apenas do mercado interno, mas, sim, toda a conjuntura externa. Nesse caso, se o crédito está mais expandido e os riscos inerentes a este mercado estão menores, abre espaço para uma redução nas taxas de juros. Quando o cenário é adverso, a autoridade monetária brasileira se mantém numa posição mais conservadora, mantendo as taxas de juros nos 10,25% ou mesmo elevando-a.
A questão que se coloca é acerca das decisões quanto aos percentuais das taxas de juros não afetam apenas o mercado monetário e/ou financeiro, mas também provocam mudanças nos mercados de bens e/ou serviços e de câmbio.
No caso brasileiro temos acompanhado nos últimos dias a apreciação do real e a desvalorização do dólar. Tudo indica que, para conter essa desvalorização da moeda americana, o Banco Central deverá sinalizar para uma redução na “Taxa Selic”, podendo esta chegar a um ponto percentual, isto no sentido de reduzir a procura por moeda nacional para especulação e, ao mesmo tempo, estimular ainda mais o setor produtivo, que em relação ao mesmo período do ano passado ainda apresentou queda em quatorze capitais pesquisadas.
No comparativo do mês de abril com março, os resultados foram melhores com crescimento de 1% em praticamente todas as capitais. O destaque ficou para o Estado de Goiás, que cresceu acima da média nacional devido ao bom desempenho da indústria de alimentos e bebidas – leia-se produção de açúcar e álcool.
Em Goiás, foram criados, no mês de abril, 14,2 mil novos empregos; segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged –, a atividade industrial puxada pelos segmentos de alimentos e bebidas geraram 9,2 mil empregos, sendo seguida pelo setor de serviços, com 2,4 mil empregos, e a construção civil, com 2,2 mil, o restante foi gerado pela atividade agropecuária, cuja participação na atividade econômica do Estado ainda exerce bastante influência.
No primeiro quadrimestre de 2009, os Estados que apresentaram o melhor desempenho na produção e na geração de empregos foram: GO (3,78%) e RO (3,61%), e os Estados que apresentaram os piores resultados foram PE (-4,38%) e AM (-4,27%). O diferencial dos Estados das regiões Centro-Oeste e Sul em relação à dos Estados das regiões Sudeste, Norte e Nordeste centra no tipo de produção. Enquanto os Estados das regiões Centro-Oeste e Sul têm forte presença do setor de alimentos e bebidas, a dos outros Estados concentra-se basicamente na produção de bens de capital e de bens intermediários, que, com a crise financeira internacional, apresentaram forte queda, devido à retração nos investimentos nos primeiros meses do ano.
Diante do quadro, percebe-se que a economia brasileira se mostra bastante instável, ora operando com crescimento, ora com queda. A situação tende a se agravar caso a política monetária continue conservadora, pois isto favoreceria ainda mais a especulação sobre a moeda nacional, continuando a apreciá-la em relação ao dólar.
Onde mora o perigo? Por um lado, não cresceríamos nossas exportações em razão da redução da demanda global e pela perda de competitividade dos produtos brasileiros em relação aos estrangeiros em face de apreciação do câmbio. E, por outro, em função de não se criar as condições para que o mercado interno se alavanque e venha a compensar as perdas impostas pela crise financeira mundial no mercado exportador.
Na verdade, existem vários pontos de desequilíbrio na economia mundial e que pelo processo de integração acabam refletindo na economia nacional. O destaque fica ainda pela crise de desconfiança que paira sobre o mercado financeiro cujo reflexo recai sobre as condições impostas ao crédito.
As empresas de médio e grande portes só investem se houver nos mercados recursos subsidiados e possibilidade de aumento dos níveis de renda. Isto porque, por um lado, a comercialização de seus produtos tem que cobrir os custos: operacionais, financeiros e ainda garantir suas margens de lucro. Por outro, dependem do aumento dos níveis de renda, pois só assim os níveis de consumo se manterão em patamares que garantam aos empresários desovarem seus produtos sem a necessidade de rebaixamento de preços, mantendo assim suas margens de lucros.
Nos mercados, o consumo das famílias mais o consumo do governo somado aos investimentos em bens de capital, mais as exportações menos as importações são que fazem com que o produto interno bruto das economias cresça. Quando há descompasso em alguma dessas variáveis, a renda se vê comprometida e com isso as demandas da sociedade acabam não sendo atendidas, prejudicando o bom andamento da economia e ampliando ainda mais as desigualdades regionais e sociais.
Quando isso ocorre, cabe aos governos conter esse tipo de desequilíbrio, em que pesem a defesa do estado mínimo e da economia de mercado. No Brasil o governo tem procurado dar sua parcela de contribuição, principalmente no que tange à redução de parte da carga tributária a setores pontuais, como o de veículos, eletrodomésticos e de materiais de construção, no sentido de que estes setores tragam consigo aqueles que dependem diretamente destes.
O problema é que se, por um lado, a carga tributária fica mais amena para alguns segmentos, para outros, esta se mantém excessivamente elevada, que o diga para os trabalhadores de baixa renda quando adquirem produtos como arroz, óleo, macarrão etc., com incidência dos impostos indiretos, como ICMS, e também os assalariados, cujo IR consome quase 30% de seus salários. Sem deixar de mencionar o estrago que os fundos de previdência fazem nos salários dos assalariados.
Diante do quadro desenhado, não haveria como a economia brasileira não passar por um processo de instabilidade diante da crise, da conjuntura econômica interna e externa. Isto porque uma coisa depende da outra, juros, câmbio e impostos afetam diretamente o desempenho de qualquer economia, e com a brasileira não seria
diferente.
Para se ter uma ideia do nível de integração, quando o Banco Central do Brasil decide alterar sua taxa básica de juros, como deve ocorrer ainda nesta semana, ele não olha os movimentos apenas do mercado interno, mas, sim, toda a conjuntura externa. Nesse caso, se o crédito está mais expandido e os riscos inerentes a este mercado estão menores, abre espaço para uma redução nas taxas de juros. Quando o cenário é adverso, a autoridade monetária brasileira se mantém numa posição mais conservadora, mantendo as taxas de juros nos 10,25% ou mesmo elevando-a.
A questão que se coloca é acerca das decisões quanto aos percentuais das taxas de juros não afetam apenas o mercado monetário e/ou financeiro, mas também provocam mudanças nos mercados de bens e/ou serviços e de câmbio.
No caso brasileiro temos acompanhado nos últimos dias a apreciação do real e a desvalorização do dólar. Tudo indica que, para conter essa desvalorização da moeda americana, o Banco Central deverá sinalizar para uma redução na “Taxa Selic”, podendo esta chegar a um ponto percentual, isto no sentido de reduzir a procura por moeda nacional para especulação e, ao mesmo tempo, estimular ainda mais o setor produtivo, que em relação ao mesmo período do ano passado ainda apresentou queda em quatorze capitais pesquisadas.
No comparativo do mês de abril com março, os resultados foram melhores com crescimento de 1% em praticamente todas as capitais. O destaque ficou para o Estado de Goiás, que cresceu acima da média nacional devido ao bom desempenho da indústria de alimentos e bebidas – leia-se produção de açúcar e álcool.
Em Goiás, foram criados, no mês de abril, 14,2 mil novos empregos; segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged –, a atividade industrial puxada pelos segmentos de alimentos e bebidas geraram 9,2 mil empregos, sendo seguida pelo setor de serviços, com 2,4 mil empregos, e a construção civil, com 2,2 mil, o restante foi gerado pela atividade agropecuária, cuja participação na atividade econômica do Estado ainda exerce bastante influência.
No primeiro quadrimestre de 2009, os Estados que apresentaram o melhor desempenho na produção e na geração de empregos foram: GO (3,78%) e RO (3,61%), e os Estados que apresentaram os piores resultados foram PE (-4,38%) e AM (-4,27%). O diferencial dos Estados das regiões Centro-Oeste e Sul em relação à dos Estados das regiões Sudeste, Norte e Nordeste centra no tipo de produção. Enquanto os Estados das regiões Centro-Oeste e Sul têm forte presença do setor de alimentos e bebidas, a dos outros Estados concentra-se basicamente na produção de bens de capital e de bens intermediários, que, com a crise financeira internacional, apresentaram forte queda, devido à retração nos investimentos nos primeiros meses do ano.
Diante do quadro, percebe-se que a economia brasileira se mostra bastante instável, ora operando com crescimento, ora com queda. A situação tende a se agravar caso a política monetária continue conservadora, pois isto favoreceria ainda mais a especulação sobre a moeda nacional, continuando a apreciá-la em relação ao dólar.
Onde mora o perigo? Por um lado, não cresceríamos nossas exportações em razão da redução da demanda global e pela perda de competitividade dos produtos brasileiros em relação aos estrangeiros em face de apreciação do câmbio. E, por outro, em função de não se criar as condições para que o mercado interno se alavanque e venha a compensar as perdas impostas pela crise financeira mundial no mercado exportador.
Na verdade, existem vários pontos de desequilíbrio na economia mundial e que pelo processo de integração acabam refletindo na economia nacional. O destaque fica ainda pela crise de desconfiança que paira sobre o mercado financeiro cujo reflexo recai sobre as condições impostas ao crédito.
As empresas de médio e grande portes só investem se houver nos mercados recursos subsidiados e possibilidade de aumento dos níveis de renda. Isto porque, por um lado, a comercialização de seus produtos tem que cobrir os custos: operacionais, financeiros e ainda garantir suas margens de lucro. Por outro, dependem do aumento dos níveis de renda, pois só assim os níveis de consumo se manterão em patamares que garantam aos empresários desovarem seus produtos sem a necessidade de rebaixamento de preços, mantendo assim suas margens de lucros.
Nos mercados, o consumo das famílias mais o consumo do governo somado aos investimentos em bens de capital, mais as exportações menos as importações são que fazem com que o produto interno bruto das economias cresça. Quando há descompasso em alguma dessas variáveis, a renda se vê comprometida e com isso as demandas da sociedade acabam não sendo atendidas, prejudicando o bom andamento da economia e ampliando ainda mais as desigualdades regionais e sociais.
Quando isso ocorre, cabe aos governos conter esse tipo de desequilíbrio, em que pesem a defesa do estado mínimo e da economia de mercado. No Brasil o governo tem procurado dar sua parcela de contribuição, principalmente no que tange à redução de parte da carga tributária a setores pontuais, como o de veículos, eletrodomésticos e de materiais de construção, no sentido de que estes setores tragam consigo aqueles que dependem diretamente destes.
O problema é que se, por um lado, a carga tributária fica mais amena para alguns segmentos, para outros, esta se mantém excessivamente elevada, que o diga para os trabalhadores de baixa renda quando adquirem produtos como arroz, óleo, macarrão etc., com incidência dos impostos indiretos, como ICMS, e também os assalariados, cujo IR consome quase 30% de seus salários. Sem deixar de mencionar o estrago que os fundos de previdência fazem nos salários dos assalariados.
Diante do quadro desenhado, não haveria como a economia brasileira não passar por um processo de instabilidade diante da crise, da conjuntura econômica interna e externa. Isto porque uma coisa depende da outra, juros, câmbio e impostos afetam diretamente o desempenho de qualquer economia, e com a brasileira não seria
diferente.
Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/o_desempenho_da_economia_brasileira_e_a_instabilidade_do_cmbio
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