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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O mercado de trabalho goiano

O processo de produção guarda relação direta com o mercado de trabalho e com a política econômica traçada pelo governo federal. Neste sentido, ao analisar o desempenho do mercado de trabalho goiano, deve-se levar em conta a conjuntura econômica nacional e internacional, haja vista a turbulência existente em razão dos efeitos da crise financeira internacional sobre os mercados mundiais. Por um lado, as políticas públicas no País têm favorecido a retomada do investimento, isto se considerarmos a redução e/ou isenção do IPI para veículos, linha branca, materiais de construção e escolares, dentre outros, cujos efeitos multiplicadores são capazes de reverter o estado de crise que permeia a economia brasileira nos últimos quatorze meses.

Por outro, a insistência do Banco Central em controlar os níveis de inflação com uma política monetária restritiva vem provocando desequilíbrio no mercado de câmbio e mantendo as taxas de desemprego acima dos 7%, elevando os gastos dos governos em programas de cunho social.

Não se trata aqui de criticar programas neste sentido, no entanto sabemos que grande parte destes precisa ser revista, pois nem sempre levam de fato a um processo de inclusão social, isto porque criam uma dependência do indivíduo sem no entanto o motivar a dar os passos seguintes rumo ao mercado de trabalho. Por que isto acontece? Porque, em grande parte, os cursos de capacitação em que os benefíciários dos programas sociais são submetidos nem sempre guardam relação com o que o mercado demanda. Com isso existem vagas que na maioria das vezes não são preenchidas. Havendo relação direta com os interesses do mercado, o cenário seria outro e os percentuais de desempregados seriam menores. Feita estas considerações vamos ao que interessa, Goiás alcançou no mês de outubro próximo passado 63,9 mil empregos formais, isto já deduzido do número de admissões e demissões. A questão que se coloca é que embora tenha havido um aumento no estoque de 0,29% no número de trabalhadores, o comparativo de outubro com setembro do ano em curso proporcionou uma perda de 50,8%, ou seja, de 5.250 trabalhadores com carteira assinada em setembro, passou para apenas 2.672 trabalhadores em outubro, dado este considerado preocupante quando se diz que a economia goiana foi pouco afetada pela crise e que já se encontra em processo de recuperação.

Tenho alertado nos últimos meses para o problema principalmente relacionando o desempenho dos níveis de emprego nas cidades cujas economias são mais dinâmicas. A redução da demanda internacional por bens de consumo leves em razão da crise financeira internacional, dentre eles os provenientes do agronegócio, tem reduzido a participação da atividade rural na manutenção do emprego, com isso municípios importantes como Cristalina (-897), Niquelândia (-464), Goiatuba (-301) e Rio Verde (-229) tem fechado mais oportunidades de trabalho do que aberto.

Os melhores resultados ocorreram nos municípios cujos produtos são direcionados ao mercado interno a saber: Goiânia (+1.444), Aparecida de Goiânia (+1058) e Anápolis (+644). Fica aí um alerta para a população, o percentual de demissões na maioria dos municípios supera 97,5%, mostrando que nem tudo são flores.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/o_mercado_de_trabalho_goiano

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