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domingo, 13 de dezembro de 2009

Brasil: PIB em queda livre

O produto agregado de uma economia é encontrado pela soma da riqueza alcançada nos três setores que compõem a atividade econômica (primário, secundário e terciário). As transformações estruturais que vêm ocorrendo em escala global têm levado a uma perda de força dos bens tangíveis presentes nos setores acima citados e ampliado a participação de bens intangíveis, principalmente ligados à atividade intelectual na composição da riqueza de um município, Estado, e/ou nação.

Os recursos para o financiamento desta riqueza advêm de recursos nacionais e externos, razão pela qual qualquer movimento contrário que se verifica na economia global pode afetar diretamente o resultado destes indicadores no período em que se está quantificando-os.

O ponto de alavancagem de qualquer produto agregado se assenta nos investimentos realizados com antecedência de pelo menos um ano. Quando por um motivo ou outro não acontecem desta forma, o resultado não será outro senão o de queda deste produto. A publicação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, do desempenho do produto agregado brasileiro, no terceiro trimestre de 2009, em comparação com o mesmo período de 2008, reforça ainda mais o argumento que utilizei no parágrafo anterior, para demonstrar a relação que os investimentos guardam com o aumento ou a redução do produto agregado da economia.

Em setembro do ano passado veio a crise financeira internacional, com ela houve a retração no crédito, as taxas de juros se elevaram no mundo global inclusive ainda mais no Brasil, já que estão entre as mais altas do mundo. O governo central agiu com certo atraso, desonerou a tributação de alguns setores considerados multiplicadores de emprego e renda, mas deixou de lado o setor de bens de capital, responsável direto para a tomada de decisões dos empresários nacionais ou estrangeiros. Resultado foi o comprometimento dos investimentos no ano que se finda e resultados não tão satisfatórios em termos de produção de riqueza no País, para posterior distribuição.

Para se ter uma ideia do estrago, no acumulado dos quatro trimestres o PIB recuou em 1,0%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Isto se deve ao fato de que a atividade industrial apresentou queda de -7,1%, ocorrendo o mesmo com a agropecuária, já que a queda foi de -4,0%. O melhor resultado foi alcançado pelo setor de serviços com crescimento de 1,9%, que congrega bens tangíveis e intangíveis.

No período analisado, a taxa de investimento em relação ao PIB alcançou 17,7%, enquanto que no mesmo período do ano anterior, esta mesma taxa ficou em 20,1% do PIB, mostrando que a leitura equivocada do governo central, ao deixar o seguimento de bens de capital fora do pacote de subsídios iniciais concedidos, para vencer a crise instalada também no País, acabou comprometendo muito o resultado do produto agregado. Quando atentou para o problema em meados do mês de abril, a possibilidade de recuperação já não era a mesma. Resultado: PIB em queda livre, podendo fechar o ano com um percentual de crescimento menor do que 1,0%.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/brasil_pib_em_queda_livre

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