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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Goiânia: crise X empregabilidade

O cenário adverso de crise vivenciado principalmente no ano que se finda abalou toda a economia mundial, no entanto a política fiscal, adotada por cada nação, tem feito a diferença no processo de recuperação das economias.

Na economia brasileira, a desoneração fiscal de seguimentos multiplicadores de emprego e renda tais como: veículos, eletrodomésticos da linha branca, materiais da construção civil e móveis, aliado, aos programas já consolidados de subsídios fiscais, nas unidades da federadas e de modo especial em Goiás, permitiu já a partir do terceiro trimestre do ano, a recuperação do produto agregado, no comparativo com o trimestre anterior.

Para além das questões fiscais, falou mais forte neste contexto o perfil socioeconômico de cada região. Em Goiânia, capital do Estado, a atividade econômica assenta principalmente no setor de serviços, já que, o próprio plano diretor aprovado, não prevê mais a instalação de indústrias. Portanto, o peso maior está na atividade comercial, leia-se varejo e atacado.

A pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas das Faculdades Alves Faria (Alfa), relacionando o primeiro semestre do ano com o mesmo período do ano anterior e, o segundo semestre com o primeiro deste ano, mostrou que novas oportunidades de empregos foram criadas na Capital.

A amostra compreendeu 545 empresas, com um nível de confiança de (98%), estando estas, representando um universo de cinco mil estabelecimentos empresariais, presentes na Capital e que contribuem diretamente para o seu desenvolvimento socioeconômico. Destas (75%), se referem a (micro e pequenas) empresas e (25%) estão diretamente ligadas às (médias e grandes) empresas.

Tal como na pesquisa anterior, nota-se que a sensibilidade de percepção da crise, ocorreu de forma diferente nos dois grupos analisados. O de (micro e pequenas) empresas a perceberam pela retração das vendas e do consumo, enquanto que o seguimento de (médias e grandes) empresas a sentiu, por taxas de juros elevadas e, a retração das linhas de crédito.

Em que pesem os problemas mencionados, no primeiro grupo a empregabilidade cresceu no ano (31,0) pontos percentuais e no segundo grupo (37,9) pontos percentuais. O rol de empresas pesquisadas estão assim distribuídas: varejo e atacado (89,7%), serviços (4,8%), agronegócios (3,9%) e indústrias (1,8%).

Ao comparar os resultados do primeiro grupo (micro e pequenas) empresas, no primeiro semestre do ano, com igual período, do ano anterior, percebe-se um crescimento de (10,2%), na empregabilidade. Razão: investimentos com recursos próprios e retração gradual do consumo e das vendas, dando a impressão de que o seguimento não foi afetado pela crise.

Com relação ao segundo grupo (médias e grandes) empresas, o comparativo de empregabilidade no período analisado mostrou uma queda de (18,9%). Razão: o seguimento depende de juros ainda mais baixos e, de linhas de créditos subsidiadas, para realizar seus investimentos, tudo que não se verificou no ano que se finda. A taxa Selic, caiu para (8,75%) ao ano, no entanto não trouxe reflexos tão positivos ao mercado de bens e/ou serviços, pelo fato de que as taxas de juros, no mercado doméstico, não acompanharam esta queda: para a produção ficou acima de (30%), estimulando muito mais a especulação financeira, do que propiamente a produção, os reflexos desta política podem ser vistos com o desempenho do produto agregado ao longo dos três primeiros trimestres e com a depreciação do dólar em relação ao real.

Eis aí mais uma situação para reflexão.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/goiania_crise_x_empregabilidade

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