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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Brasil: política monetária X crédito

As economias, de maneira geral, lançam mão de instrumentos fiscais, monetários e cambiais para manter a estabilidade de suas moedas ou mesmo para promover o crescimento de suas riquezas para fins de uma melhor distribuição de renda. Os instrumentos fiscais mais comuns dizem respeito à elevação da carga tributária, pelo aumento das alíquotas já existentes ou mesmo pela criação de mais impostos. Quando a carga tributária já está suficientemente alta, como no País, a saída para evitar a sonegação é compensá-la com subsídios, podendo estes terem caráter federal ou estadual.

Os instrumentos monetários dizem respeito à taxa de juros, depósitos compulsórios, títulos, crédito, ativos financeiros, enfim, tudo aquilo que diz respeito à circulação ou retração de moeda na economia.

Os instrumentos cambiais, além de centrarem na relação existente entre as moedas de diversos países, com um país determinado, ainda guardam forte relação com as taxas de juros domésticas. Sendo estas mais elevadas do que as taxas médias praticadas no mercado externo, acabam por influenciar na apreciação das moedas domésticas frente às estrangeiras. Isto provoca o desequilíbrio nas balanças comerciais e no balanço de pagamentos.

Feitas estas considerações, passemos a avaliar como a política monetária fechou o ano de 2009 para ver se de fato as perspectivas para 2010 são favoráveis principalmente quando comparamos os níveis de crédito existentes antes e depois da crise financeira internacional. As médias dos saldos diários da base monetária, segundo o Banco Central, fecharam novembro em R$ 148,6 bilhões, (2,1%) superior ao mês anterior e (13,8%) maior no comparativo de 12 meses. Isto representou um aumento de (1,9%) no saldo médio mensal e (2,8%) nas reservas bancárias.

A preocupação recai sobre os fluxos mensais dos fatores de emissão de moeda, no período, contraíram-se em R$ 15,1bilhões; em contrapartida, as compras líquidas no mercado de câmbio ficaram em R$ 5,3 bilhões. Como se isto não bastasse, as operações com títulos por parte da autoridade monetária se expandiram em R$ 19,8 bilhões, em razão das compras líquidas que alcançaram R$ 27,3 bilhões no mercado secundário e R$ 7,5 bilhões de títulos do Tesouro Nacional no mercado secundário.

Os meios de pagamentos (papel moeda + moeda metálica + depósito à vista nos bancos comerciais e em caderneta de poupança) são a base para os investimentos elevaram em 0,9%, totalizando R$1,1trilhão. Portanto, o que se percebe é que, mesmo trabalhando com uma política monetária restritiva para manter os níveis de inflação baixa e ampliar o fluxo de recursos em direção ao mercado financeiro, o País melhorou seus níveis de concessão de crédito, sendo este um indicativo positivo para o ano que se inicia. Por outro lado, a emissão de títulos públicos para neutralizar os efeitos do aumento da base monetária tem elevado a dívida pública interna e dificultado os investimentos por parte do governo federal, limitando, inclusive, os recursos a serem alocados para o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC –, impedindo, assim, o cumprimento das metas anteriormente estabelecidas.

Pergunta-se: a política monetária que vem sendo implementada pelo governo federal no País deve ser mantida ou deve ser passível de mudança? Fica aí mais um ponto para reflexão

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/brasil_poltica_monetaria_x_credito

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