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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Goiânia: cenários empresariais

Em recente pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas das Faculdades Alfa, com 547 empresas, ficou constatado que 30,6% dos empresários pretendem investir este ano até 10% de seu faturamento em novos processos de produção e 26% dos empresários irão investir cerca de 5% de seu faturamento nestes mesmos processos. Com isso, os produtos provenientes destas empresas tendem a se tornar mais competitivos no mercado, vencendo parte dos entraves do ano anterior como a concorrência interna.

A amostra contou com 484 micro e pequenas empresas e 63 empresas de médio e grande porte. Do montante pesquisado, 73% empresas representam o varejo e o atacado, sendo 38% empresas do setor varejista e 35% do setor atacadista.

Em que pesem os problemas trazidos pela crise financeira internacional em 2009, os investimentos foram 30% superiores ao de 2008, favorecendo na Capital não só a manutenção de grande parte dos empregos, como também criando novos. Isto aconteceu pelo perfil e porte das empresas presentes em Goiânia. Apenas 11,5% das empresas são consideradas de médio e grande porte.

A crise financeira teve como ponto forte a retração do crédito, situação que afeta diretamente empresas de médio e grande porte, já que estas só realizam investimentos com recursos de terceiros se forem subsidiados.

A micro e pequenas empresas, pelo pouco tempo de duração no mercado, apresentam dificuldades históricas de crédito, razão pela qual só se financiam com recursos próprios. Neste sentido, investem no máximo 10% de seu faturamento na expansão de seus negócios, enquanto que os investimentos das empresas de médio e grande porte podem superar a casa de 20% do faturamento quando a conjuntura se apresentar favorável.

Como 88,5% das empresas que compreendem a amostra se enquadram no segmento de micro e pequenas empresas, praticamente não sentiram os efeitos da crise em seus primeiros meses, fato que só se verificou nos primeiros seis meses de 2009, pela retração do consumo e consequentemente das vendas, tanto no varejo como no atacado.

As exceções ficaram por conta do segmento de eletrodomésticos, veículos e materiais de construção, cujas vendas se mantiveram aquecidas em razão da redução e/ou isenção do IPI. Política de incentivos e benefícios fiscais bancada pelo governo federal. No caso específico de Goiânia, o governo estadual também fomentou esta e outras atividades, pois nos últimos 26 anos, faz uso deste tipo de política com programas no âmbito da Secretaria de Indústria e Comércio e da Fazenda, no sentido de fazer crescer a riqueza, não só da Capital como de todo o Estado.

Um dado que chamou atenção nesta pesquisa e em outras anteriores realizadas pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas das Faculdades Alfa é que apenas (25%) dos empresários pesquisados implantaram em suas empresas programas continuados de qualificação profissional, o restante não o fez ainda por considerar este fator um gasto e não uma modalidade de investimento.

O resultado pode ser visto na qualidade de grande parte dos produtos e também no atendimento. Não obstante a este problema, outros se colocaram como obstáculo para o crescimento das vendas, pela ordem tributos (19,8%), juros elevados (18,8%) e para (10,8%) a concorrência no mercado interno.

A concorrência no mercado interno tem relação direta com a crise financeira e o tipo de política monetária adotada no período pelo Banco Central. Por quê? A crise reduziu a demanda por produtos no mercado externo e a política monetária praticada pela autoridade monetária valoriza o real e desvaloriza o dólar, dificultando a saída dos produtos brasileiros para outros mercados. Isto tem feito com que os exportadores passem a compensar a queda das vendas no mercado externo, aumentando suas participações no mercado interno.

Para o ano em curso, as expectativas são positivas, tanto é que para 50% dos entrevistados, o Produto Interno Bruto deverá crescer em torno de 4%. O que os leva a fazer este tipo de projeção é a recuperação das vendas, os investimentos já realizados e os a realizar, além das ações dos governos no sentido de manter os níveis de consumo em alta.

Mesmo se colocando como otimistas em relação ao desempenho da economia, os empresários ainda acham que alguns entraves podem continuar dificultando um melhor desempenho das vendas neste ano, são eles: tributos (18,8%), juros elevados (18,0%) e para 12,0%, concorrência no mercado.

Eis aí os cenários empresariais que se apresentaram para capital do Estado nos anos que se passaram e para o que se encontra em curso.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/goiania_cenarios__empresariais

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