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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Goiás: investimentos versus crescimento

A dinâmica de qualquer economia passa, necessariamente, pela quantidade e qualidade de seus investimentos. Sem esta variável, o processo de geração de riqueza fica comprometido.

A instabilidade do mercado externo, provocada pelos efeitos da crise financeira internacional, exerce influência direta nas decisões de investimento das economias mundiais, razão pela qual, nos últimos doze meses, esta variável mostrou-se em queda, reduzindo as possibilidades de geração de riquezas nas principais economias desenvolvidas e também nas emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China.

As quatro economias em tela vinham apresentando crescimento econômico antes da crise. No entanto, a retração e encarecimento do crédito, pelos riscos que envolviam este tipo de operação, no ápice deste movimento, provocou a queda dos percentuais de crescimento nestes e em outros cortes geográficos, levando os governos centrais a adotarem políticas fiscais mais flexíveis, no sentido de puxá-los novamente para os patamares capazes de movimentar estas economias.

A China tem um mercado consumidor superior a um bilhão de consumidores, e encontra-se ávida, por matérias-primas baratas, que possam não só servir de alimentos para sua nação, como também possibilitar a finalização de grande parte de seus produtos. Este país demanda, atualmente, 26% dos produtos alimentícios goianos, percentual que pode ser ampliado, em razão da última visita feita por empresários goianos deste e de outros setores àquele país, capitaneada pelo chefe do poder executivo goiano.

A Rússia também foi motivo de visita pelo grupo, já que o país vem sendo um de seus maiores compradores de origem bovina. O controle da aftose e a qualidade do produto goiano têm feito a diferença na mesa de negociações, e que também pode vir a ser ampliada nos próximos meses.

Muito embora o cenário de crise ainda seja adverso, Goiás projeta, para os próximos três anos, investimentos na casa de R$ 31,8 bilhões, contemplando vários setores, dentre eles o de álcool e açúcar, mineração e beneficiamento, transporte e logística, alimentos e bebidas e também os relacionados a metal-mecânica.

O seguimento de álcool e açúcar responde por 59,9% dos futuros investimentos, totalizando R$ 19,0 bilhões. A atividade mineral participará com 15,8%, ou R$ 5,0 bilhões, seguida por transporte e logística com 5,5%, ou R$ 1,75 bilhão, alimentos e bebidas, com R$ 1,73, ou 5,4%, e a indústria metal-mecânica, com 4,52% dos investimentos. O grupo de atividades responde por 91,2% dos póximos investimentos, todos estão diretamente ligados às demandas crescentes do mercado externo.

As regiões a serem contempladas se distiguem em razão do percentual de investimentos. A região sudoeste receberá 21,9%, seguida de perto pela do oeste goiano, com 15,5%, sul goiano, com 13,3%, centro goiano, com 12,8%, e sudeste, com 10,6%. As que receberão menores investimentos são, pela ordem: noroeste goiano, com 2,1%, norte goiano (3,6%), entorno do Distrito Federal (4,0%), Metropolitana de Goiania (5,5%) e o nordeste goiano, com 6,0%.

A distribuição dos recursos mantém o histórico de concentração de renda em regiões já abastadas de recursos, contribuindo para o aprofundamento das desigualdades regionais. Regiões mais populosas, que necessitam de mais aporte de recursos para evitar problemas de ordem social, como o Entorno do Distrito Federal, de certa forma vêm sendo preteridas, mantendo a política histórica de concentração de riqueza.


Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/goias_investimentos___versus_crescimento

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