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terça-feira, 24 de novembro de 2009

A instabilidade da taxa de câmbio no Brasil

Taxa de câmbio nada mais é do que a relação de uma determinada moeda com outra.

Na economia brasileira, assim como na maioria das nações, esta relação ocorre principalmente entre a moeda nacional e o dólar, podendo também se verificar em relação a outras moedas como o euro.

O dólar, desde a recuperação da hegemonia americana na década de 70, é a moeda mais referenciada no mundo, haja vista que sua aceitabilidade ocorre praticamente em todo o mercado mundial. Diante disso, as moedas guardam uma relação direta com esta para efeitos de direcionamento de sua política fiscal.

Os governos, em sua maioria, formam suas reservas em dólar no sentido de manter seus balanços de pagamentos equilibrados. Normalmente a entrada de dólares promove efeitos positivos na economia, enquanto que a saída tende a promover efeitos negativos.

O controle das taxas de câmbio normalmente é realizado pelos Bancos Centrais dos países, pois cabe a estas autoridades monetárias o controle da oferta de moeda nos mercados.

Há momentos em que o Banco Central intervém mais, e há momentos em que não deve intervir. Nas situações em que as taxas de câmbio são fixas, a interferência dos Bancos Centrais é bem-vinda pelos mercados. Agora, quando as taxas de câmbio são flutuantes, as interferências normalmente quebram os contratos, gerando assim insegurança aos investidores. Isto porque neste caso a taxa de câmbio deve ser encontrada pela relação existente entre oferta e demanda por este tipo de moeda.

Em um cenário onde as taxas de câmbio são flutuantes e que há perfeita mobilidade de capital, o Balanço de Pagamentos guarda relação direta com as taxas de juros praticadas no mercado externo. Qualquer reação adversa nesta variável tende a promover uma fuga e ou entrada de capitais, desequilibrando as taxas de câmbio da economia.

Portanto, o tipo de política fiscal monetária adotada é que vai determinar se o mercado é mais ou menos atraente para fins de investimentos no setor produtivo e ou financeiro.

Como há uma relação direta entre o mercado de câmbio e o monetário, o comportamento das taxas de juros internas tende a promover estrangulamentos no mercado de câmbio, o que, dependendo da situação, pode promover um processo de desvalorização da moeda estrangeira frente à nacional.

No Brasil, a opção por uma política fiscal restritiva tem feito com que a procura por real seja maior do que pela moeda estrangeira. Com isso, está havendo uma desvalorização da moeda estrangeira frente à nacional.

Com o real valorizado o mercado externo fica mais atrativo aos importadores, o que a médio e longo prazo pode vir a derrubar nossas reservas internacionais, já que a Balança Comercial passa a operar com deficit ou com saldo entre exportações e importações menor a cada mês, pondo em cheque o equilíbrio do Balanço de Pagamentos.

Alguns podem pergunta: mas os juros internos não vêm caindo, como você diz que a política fiscal monetária é restritiva? Se compararmos as taxas de juros praticadas nos dois últimos governos em relação aos dois governos passados e mesmo em relação ao atual, perceberemos que a taxa de juros saiu de 45% aa, para 8,75%. O problema é que não somos uma ilha ou vivemos isolados do resto do mundo. A taxa de juros nos mercados mais dinâmicos gira em torno de 1,0%.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/a_instabilidade_da_taxa_de_cambio_no_brasil

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