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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Crise: empregabilidade no Brasil e em Goiás

Segundo os dados divulgados esta semana pelo Cadastro de Empregados e Desempregados – Caged –, do Ministério do Trabalho e Emprego, o mês de junho proporcionou um saldo positivo de 119.495 empregos entre admitidos e demitidos no País. O que implica em dizer que foram abertos no mês 1.356.349 oportunidades de trabalho formal e ao mesmo tempo foram fechadas as portas para 1.236.854 trabalhadores, com uma variação positiva de 0,37% ponto percentual em relação ao mês de maio deste ano. Quando se divide o saldo de empregos verdadeiramente criados pelo número de Estados que compõem a federação brasileira, incluindo nesta conta também o Distrito Federal, conclui-se que o número médio de empregos gerados por unidade alcança, em média, 4.426 postos de trabalho.

No entanto, o perfil econômico de cada unidade federada aliada às conjunturas econômicas nacional e internacional é que influenciará de fato o desempenho de cada um, Isto em razão do processo de globalização em curso, que engloba todas as economias mundiais. Diante deste fato os Estados que apresentaram os melhores resultados em relação ao número de empregos gerados no período analisado foram: MG (45.596); SP (27.602), o ES (- 6.651) e o DF (-3.551) apresentaram os piores resultados dentro deste aspecto. Goiás alcançou o quarto lugar, em termos de geração e permanência no emprego, pois efetivou novos (7.348) postos de trabalho. No acumulado do ano melhorou uma posição, já que o saldo entre os trabalhadores admitidos e demitidos alcançou (44.920), com variação relativa de 5,23%) pontos percentuais.

A elevação do emprego em junho no País decorreu do bom desempenho da quase totalidade dos setores que compõem a atividade econômica. Destaque para a agricultura, serviços, construção civil e o comércio, a exceção ficou com o setor de extração mineral que retirou 26 trabalhadores a mais que contratou. Na atividade agrícola foram efetivados (57.169) postos de trabalho, sendo seguida pelo setor de serviços com (22.877) postos, a construção civil com (18.321) empregos e o comércio com (14.606) novas oportunidades de trabalho. A indústria de transformação apresentou um resultado em termos de efetivação do emprego abaixo do esperado com apenas (2.001) novos postos de trabalho. O que coloca em questão principalmente à redução do IPI, para automóveis e eletrodomésticos, isto pelo fato de que estes seguimentos tendem a gerar atividades complementares favoráveis a geração de um maior número de empregos, pois movimentam a economia pelos seus efeitos multiplicadores.

Dos doze ramos que compõem o setor de transformação, seis apresentaram resultados mais satisfatórios, com destaques a Produtos Alimentícios (+6.387) postos; Químicos (+3.320) postos e de origem têxtil (+2.570) postos, o lado negativo ficou por conta dos segmentos de Metalúrgica (-4.286) postos de trabalho e Mecânica (-1401) oportunidades de trabalho. Por regiões, os resultados são mais animadores já que reflete o crescimento generalizado pela segunda vez consecutiva em todas elas. Sudeste (+ 72.002), postos de trabalho, seguida das regiões: Nordeste (+25.070) empregos; Centro-Oeste (+11.187), novos postos de trabalho; Sul (+5.691) postos e o Norte (+2.570) empregos com carteira assinada. Isto explica o desempenho favorável obtido pelo estado de Goiás, no mês haja vista que seu perfil industrial assenta basicamente na produção de alimentos, remédios e produtos de origem têxtil.

Pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas – Cepem –, das Faculdades Alfa, realizada junto a 509 empresas na Capital do Estado de Goiás reforça os resultados encontrados na pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tendo em vista que apenas 30% dos empresários entrevistados disseram que aumentaram o número de postos de trabalho enquanto 70% mantiveram em um primeiro momento os trabalhadores e com o agravamento da crise financeira internacional acabaram tendo que demitir um número um tanto quanto significativo de trabalhadores, em (44.920) trabalhadores nos primeiros seis meses deste ano. Do total pesquisado (89,4%) dos empresários se encontram na faixa de micro e pequenos, (9,4%) são médios empreendedores e apenas (1,2%) se constituem de grandes empresários.

No que tange à percepção da crise, a pesquisa Alfa mostra que o estrangulamento financeiro global atinge estes segmentos de maneiras diferentes. Os micros e pequenos historicamente têm dificuldade de acesso ao crédito, por esta razão realizam seus investimentos com recursos próprios, portanto a percepção da crise por parte destes não vem com a retração do crédito e das vendas. Entre os pesquisados no mercado goiniense, 56% disseram que o volume de vendas no período analisado apresentou queda de (82,2%). Os médios e grandes empresários, por sua vez, perceberam a influência da crise pela retração do crédito e do encarecimento das operações financeiras, já que só investem quando encontram no mercado recursos subsidiados. Nestas condições passam a utilizar menos capacidade instalada de suas empresas; com isso, ficam mais sensíveis à queda nas vendas. Assim ocorrendo para manter suas margens acabam por demitir um maior número de trabalhadores.

Dos empresários pesquisados, 48% se encontram no comércio varejista e 39% no setor atacadista, enquanto que os 13% restantes se encontram espalhados em outras atividades comerciais e industriais. Destaques para os segmentos de alimentação, bebidas, produtos químicos e de origem têxtil, que se constituem na fase menos dinâmica do processo de desenvolvimento. Na verdade, se por um lado Goiás está em termos industriais mais atrasado em relação a São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná, por outro vem ganhando de forma proporcional destas unidades federadas com o estado de crise, haja vista, que o perfil de sua produção tende a manter ou aumentar o consumo, ficando tão-somente na dependência do efeito substituição, e em razão desta variável deixa de consumir o produto mais caro buscando sempre no mercado o de menor preço tendo em vista a existência de um processo não contínuo de majoração de preços de alguns produtos. Outro dado relevante da Pesquisa Alfa deve-se à necessidade ou não do processo de capacitação continuada. Do quantitativo de empresários pesquisados na cidade de Goiânia, no período compreendido de janeiro a junho do corrente ano, 24% entendem que a qualificação constitui-se em requisito fundamental para a permanência da empresa no mercado enquanto 76% ainda não despertaram para a importância desta variável e que se encontra ligada diretamente ao aumento da produção e da produtividade de seus negócios. Neste cenário adverso, perdem as empresas que não consideram esta variável importante como também os trabalhadores, pois para se manter nos empregos devem se colocar como multifuncionais – o problema é que para atingir tal nível tem que custear por conta própria o processo de qualificação. Caso não faça isso, ficará fora do mercado, pois quando os empresários necessitam de mão-de-obra qualificada buscam no mercado; o grande problema é que em não as achando no mercado local as trazem de fora retirando com isto as oportunidades do trabalhador proveniente da capital do Estado.

Fica, portanto, mais um ponto para reflexão dos empresários.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/crise_empregabilidade_no_brasil_e_em_goias

Crise e a atividade industrial no Brasil

Os reflexos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira ainda são grandes. A atividade industrial, carro-chefe, desde a transição do modelo agrário exportador para o urbano industrial, passa por forte queda no comparativo com o mesmo período do ano anterior. Como diria Delfim, o governo age certo, mas com certo atraso, sempre penalizando a produção, foi assim com a taxa de juros e tem sido assim com o segmento de bens de capital. Máquinas e equipamentos fazem a diferença nas decisões de investimentos, no entanto o governo preferiu isentar veículos, eletrodomésticos e materiais de construção do IPI e não o fazê-lo para bens de capital.

O resultado foi a retração de investimentos e queda na atividade econômica. Após nove meses de crise só agora o governo acordou para a importância de incentivar o setor de máquinas e equipamentos. O BNDES reduziu as taxas de juros para sua aquisição, passou de 10,25% para 4,25%, o problema é que as decisões de investimentos são tomadas no início do ano e não no meio do ano.

Os reflexos positivos desta medida só serão expressivos em 2010, até lá teremos que conviver com resultados ruins no setor industrial. Em recente pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – ficou evidenciado que os resultados positivos no setor industrial brasileiro só têm ocorrido no comparativo em relação ao mês imediatamente anterior ou no acumulado do ano. Quando se compara com o mesmo período do ano passado a queda é grande.

Passemos aos números: em média, a produção industrial cresceu em maio no Brasil 1,27% no comparativo com o mês de abril, sendo esta a quinta taxa positiva do ano. Quando se compara maio de 2009, com o mesmo período do ano anterior depara-se com uma queda de 11,30%. Isto porque dos 76 subsetores pesquisados, a produção caiu em 63 ou em 83% dos segmentos pesquisados.

As maiores quedas aparecem nos segmentos voltados à demanda externa dentre eles: Extração de minerais ferrosos, ferrogusa, ferroligas, semiacabados de aço e também nos setores de abates (bovinos, suínos e aves) preparação de carnes e o de máquinas e equipamentos.

Os índices regionais apresentaram desempenho melhor, pois em oito dos 14 pesquisados houve crescimento. Quatro Estados apresentaram crescimento acima da média nacional; são eles, pela ordem: AM (11,75%); BA (7,52%); SP (2,43%) e MG (1,40%); abaixo da média, e com resultados bastante tímidos, ficaram os seguintes Estados: SC (0,62%); RS (0,56%) e RJ (0,55%). Já em cinco Estados houve recuo, a saber: PA (-5,64%); CE (-4,27%); PR (-4,10%); GO (-1,21%) e ES (-0,59%). O fato de São Paulo apresentar um crescimento de (2,43%), pode se considerar indicativo de recuperação, pois sua economia é bastante dinâmica e centra-se basicamente em bens considerados duráveis cuja queda em função da crise foi acentuada. A melhora tem a ver com o crescimento do mercado interno.

Quando se compara com o mesmo período do ano anterior os 14 segmentos pesquisados apresentam recuo. Isto demonstra o estrago causado pela crise, sobretudo em razão da contração do crédito que acabou se acentuando nos mercados inclusive no Brasil.

A economia goiana em que pese o seu perfil e os incentivos e ou benefícios fiscais nela concedidas não escapou dos maus resultados apresentados no mês de maio, a queda foi de 4,84% no mês e no acumulado do ano já supera a casa de 5,94%.

Como esta economia assenta na produção de bens de consumo leves (alimentos, bebidas, calçados, produtos de origem têxtil) e também na extração de minérios e como houve recuo do mercado externo o resultado não poderia ser outro senão o queda. Como o agronegócio responde por mais de 70% de sua economia uma queda no abate de aves, bovinos e suínos e ainda na preparação de carnes acabaria prejudicando o seu desempenho no setor como de fato acabou ocorrendo.

Em Goiás, o quadro da produção industrial no acumulado de janeiro a abril do corrente ano foi o seguinte: Indústria Geral (-5,94%); Transformação (-6,54%); Alimentos e Bebidas (-3,18%); Produtos Químicos (-24,72%) e Metalurgia Básica com (-9,48%). Os resultados acima terão influência na formação da riqueza com consequência na arrecadação de ICMS. A saída para o problema está na recuperação da atividade econômica, para tanto o governo federal em que pese o atraso tomou a medida certa, pois reduziu as taxas de juros para aquisição de bens de capital e também estendeu a isenção do IPI, nos segmentos já beneficiados.

No que tange às ações do governo estadual, foram ampliados os incentivos fiscais para o setor automotivo beneficiando as montadoras existentes no Estado e criando as bases para a vinda de outra do mesmo porte para esta região; com isso, os veículos aqui produzidos poderão ganhar maior participação no mercado local, interestadual e externo.

O interessante desse tipo de incentivo é que as montadoras trazem consigo outras empresas, tais como: peças plásticas, autopeças, tintas, pneus, rodas, estofamentos, enfim, provocam um efeito multiplicador na economia, assegurando assim a abertura ou mesmo a manutenção de postos de trabalho e ainda contribuem para o crescimento da renda.

Mais uma vez é importante dizer que uma economia só alavanca se houver incentivos fiscais e financeiros, sejam eles de origem municipal, estadual ou federal, razão pela qual se deve se buscar um tipo de “Reforma Tributária”, que desonere a produção sem, no entanto extingui-los, pois assim ocorrendo dificilmente asseguraríamos o crescimento de nossa economia.

É importante que os parlamentares tenham isto em mente para que não aprovem o substitutivo de reforma tributária que se encontra no Congresso Nacional, pois se por um lado ele inova em alguns aspectos, por outro restringe a utilização dos incentivos e benefícios fiscais a um período determinado. Isto tende a retirar dos municípios ainda não industrializados a possibilidade de se industrializarem e melhorarem sua movimentação econômica e também seus Índices de Participação no ICMS, enquanto que os industrializados incorrerão em grandes perdas já que as unidades industriais ali presentes buscarão os mercados consumidores em potencial reconcentrando a riqueza nas regiões Sul e Sudeste do País.

Fica aqui mais este alerta.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/crise_e_a_atividade_industrial_no_brasil

A matemática da arrecadação de ICMS no Brasil

O ICMS trata-se de um imposto indireto, que incide sobre a produção e o consumo, responde na maioria dos Estados por mais de 70% da arrecadação e ainda se coloca como um dos pilares de distribuição de renda no País. Para fins de cálculo da riqueza de um Município, Estado e Nação, são deduzidos destes os subsídios, conhecidos como incentivos e ou benefícios fiscais.O imposto em tela é cobrado sobre a circulação de mercadorias e serviços e nos últimos 29 anos tem servido de base para a implantação de políticas regionais de desenvolvimento com vistas à convergência econômica entre os Estados brasileiros para fins de alcance do tão almejado equilíbrio social.Estudos empíricos comprovam que gastos com saúde, educação, segurança e infraestrutura nos Estados ficam em 10% de seus produtos internos brutos, portanto, para que os gastos nestes setores sejam aumentados, faz se necessário que a riqueza cresça e se desconcentre nas unidades que compõem a Federação brasileira.O Produto Interno Bruto de Estados como SP (R$ 802,0 bilhões); RS (R$ 156,9 bilhões); BA (R$ 96,5 bilhões); PA (R$ 44,4 bilhões); GO (R$ 57,1 bilhões), que integram as regiões Sudeste, Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste e de outros Estados que compõem as regiões citadas é que dão o norte dos gastos com o social e com investimentos. Percebe-se que, pela diferença de riqueza existente entre os Estados, os gastos nestas áreas diferem de Estado para Estado, colocando em xeque o atendimento dos cidadãos que pertencem a estes entes federados.Feitas estas considerações, pergunta-se: se a riqueza difere de Estado para Estado, o mesmo ocorre entre municípios de diferentes Estados e dentro dos próprios Estados? Ocorre. Por quê? Nem todos os municípios exploram adequadamente os seus potenciais econômicos. Por que não o fazem? Às vezes por desconhecimento de seus gestores das oportunidades que se abrem principalmente com a utilização dos incentivos e benefícios fiscais, ou mesmo pela inoperância de seus representantes em buscar junto aos governos estaduais aquilo que podem modificar o perfil produtivo dos municípios que representam junto aos legislativos estaduais e mesmo junto ao Congresso Nacional. Em Goiás, isto também ocorre? Claro, em todas as regiões, prejudicando de maneira efetiva 166 municípios ou 67,4% dos que integram este importante Estado. O que fazer para mudar este quadro? Eleger representantes que de fato valorizem o desenvolvimento local com vistas ao desenvolvimento regional. Os que aí estão não agem desta forma? A grande maioria não. É possível analisarmos pelo menos uma região? É, vamos pegar parte da região Sudeste do Estado.Tomando como referência dez municípios que distam cerca de no máximo 100 km de Catalão, conhecida como pólo regional de desenvolvimento, percebe-se enormes disparidades com prejuízos incalculáveis para as populações que ali residem no tocante aos gastos com saúde, educação, segurança e infraestrutura. Segundo dados da Superintendência de Estatística e Planejamento, que é vinculada à Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás, o Produto Interno destes municípios é o seguinte: Catalão (R$ 2,5 bilhões); Corumbaíba (R$ 177,5 bilhões); Ouvidor (R$ 145,4 bilhões); Campo Alegre (R$ 110,5 bilhões); Goiandira (R$ 32,1 milhões); Cumari (R$ 22,0 milhões); Três Ranchos (R$ 17,8 milhões); Davinópolis (R$ 14,9 milhões); Nova Aurora (R$ 12,9 milhões); Marzagão (R$ 11,5 milhões) e Anhanguera (R$ 5,9 milhões). Como os gastos com saúde, educação, segurança e infraestrutura correspondem a 10% da riqueza de cada população dos municípios cuja renda é baixa, ficam em desvantagem com relação àqueles cujos níveis de renda são maiores. A saída para a resolução desta equação passa necessariamente pela valorização do potencial econômico de cada município e pelo desenvolvimento de atividades complementares nestes para o atendimento das demandas do município considerado polo. Assim ocorrendo, cresce o município de maior riqueza e também os outros. O reflexo imediato pode ser visto com o aumento do índice de participação de ICMS destes municípios e com as oportunidades de empregos que passam a ser gerados também nos municípios menores, fato que não vem ocorrendo atualmente.O que se verifica nestes municípios também ocorre em outros 155 que se encontram à margem do processo de desenvolvimento, já que nestes nenhuma atividade industrial vem ocorrendo, razão pela qual o nível de valor agregado não corresponde às expectativas de suas populações. Neste sentido, pode-se afirmar que a saída para o problema não está nos programas sociais e sim em programas que permitam a inclusão social pela produção e agregação de valor.Passemos então à matemática da arrecadação do ICMS no Brasil, evidenciando de forma especial os resultados alcançados por Goiás e pelas principais economias dos Estados que compõem as outras regiões do País.Segundo dados do Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz/Cotepe, a arrecadação de ICMS dos Estados abaixo no primeiro quadrimestre de 2009 foi a seguinte: SP (R$ 23,7 bilhões); RS (R$ 4,8 bilhões); BA (R$ 3,2 milhões); GO (R$ 2,0 bilhões) e o PA (R$ 1,3 bilhão). Em abril próximo passado, a arrecadação destes mesmos Estados foi: SP (R$ 5,9 bilhões); RS (R$ 1,3 bilhão); BA (R$ 796,7 milhões); PA (R$ 307,0 milhões) e GO (R$ 533,2 milhões). A variação desta arrecadação em relação ao mesmo período de 2008 foi a seguinte: RS (14,9%); GO (11,2%); BA (8,8%); SP (-1,3%) e o PA (-5,3%).A arrecadação de ICMS de 2009 foi 10,4% superior ao primeiro quadrimestre de 2008, os destaques positivos ficaram por conta do petróleo, combustíveis e lubrificantes, enquanto que o destaque negativo recaiu sobre o setor de energia elétrica, que apresentou queda de 41,0%. Para os meses seguintes, a tendência também é de queda, isto em razão da retração econômica proporcionada pela crise financeira mundial. No comparativo dos setores, os resultados também foram positivos: setor primário cresceu (37,3%); terciário (25,4%) e o secundário (24,4%), puxado principalmente pelo segmento de alimentação e bebidas, base em que se assenta a maior parte da indústria goiana, sendo esta uma das razões que podem explicar o porquê Goiás não sentiu tanto os efeitos da crise como os Estados considerados mais dinâmicos, como SP, RJ, MG e RS. Nestas unidades da Federação predomina a indústria de bens de capital, segmento que até o mês de abril deste ano já havia acumulado perdas da ordem de 32,68%.Como pode-se observar, há uma relação direta entre a produção de riquezas com a arrecadação de ICMS e também com os gastos na área social, leia-se (saúde, educação e segurança) e de investimentos (infraestrutura). Por esta razão, até que se tenha novamente uma política nacional de desenvolvimento no País, os Estados regionais devem continuar lançando mão dos incentivos e benefícios fiscais, instrumentos que ao longo dos últimos 29 anos têm se colocado como vetores do crescimento e do desenvolvimento socioeconômico destes mesmos Estados, atendendo com isso às demandas crescentes destas populações.Por esta e outras razões, uma reforma tributária que promovesse a finalização destes subsídios fiscais mesmo daqui a 11 anos não seria bem-vinda, ainda mais em um ambiente adverso de crise financeira mundial.Fica aí mais um ponto para reflexão.

Disponível em: http://www.dm.com.br/materias/show/t/a_matematica_da_arrecadacao_de_icms_no_brasil

terça-feira, 7 de julho de 2009

O balanço do emprego no Brasil

Os dados levantados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados-Caged, no mês de maio do corrente ano, não são tão animadores quanto parece, isto por que os estragos causados pela crise financeira internacional são muito piores do que se poderia imaginar.

Para se ter uma ideia, no período analisado, o número de admissões com carteira assinada no País alcançou 1.348.575 e de demissões, 1.217.018, com saldo positivo de apenas 131.557 novos postos de trabalho, com aumento de 0,41% no estoque de assalariados com carteira de trabalho.

O número de trabalhadores que perderam o emprego em dezembro do ano passado e janeiro deste ano alcançou 756.694. Nos meses de fevereiro, março, abril e maio, o saldo entre admissões e demissões foi positivo em 281.759, compensando apenas parte das demissões ocorridas. O saldo ainda se encontra negativo em 474.935 postos de trabalho, afetando indiretamente cerca de 1.200.000 pessoas.

No geral, embora o País tenha modificado o seu perfil produtivo ainda na década de 1950, a atividade agropecuária não deixou de exercer um papel significante na geração de empregos. No período analisado, respondeu por 40,2% do saldo remanescente de emprego. Detalhe: não recebeu nenhum tipo de incentivo por parte do governo federal; pelo contrário, os recursos sempre chegam atrasados e as taxas de juros superam a casa de 20% ao ano, cerca de cinco vezes maior do que os índices de inflação esperados para o ano.

Na esteira desta atividade veio o setor de serviços, com 33,5%, tendo nos itens alojamento, alimentação e reparação os segmentos que mais empregos geraram. Outros dois setores também contribuíram para o alcance deste resultado no mês de maio, construção civil com 13,2% e o comércio com 11,1%. O pior resultado veio da indústria de transformação que, apesar do incentivo dado pelo governo federal com a redução do IPI, tanto para o setor de veículos automotores como para o de eletrodomésticos, não respondeu por mais de 2,0% do total de estoque de empregos formais gerados naquele mês.

No segmento agrícola, a cana-de-açúcar e o café, produzido no centro-sul do País, tiveram participação decisiva no percentual de emprego gerado pelo setor. Em Goiás, cuja atividade canavieira vem crescendo nos últimos anos, o desempenho da indústria de transformação apresentou resultados diferenciados do restante do País e contribuiu com mais de 29,3% do total de empregos que foram acrescidos no estoque do Estado. Em que pese o governo estadual ter cortado no ano passado 50% do crédito outorgado que o segmento tinha para tornar seus produtos mais competitivos nos mercados: local, interestadual e externo.

Não entendi o que vem a ser crédito outorgado? É uma modalidade de benefício fiscal que o Estado de Goiás concede? Você quer dizer incentivo fiscal! Não, incentivo fiscal está ligado ao Fomentar e/ou Produzir, concedido no âmbito da Secretaria de Indústria e Comércio, enquanto que o crédito outorgado é um benefício fiscal concedido no âmbito da Secretaria da Fazenda. Quer dizer então que em Goiás existem incentivo e benefício fiscal? Em Goiás e no restante dos Estados brasileiros. Têm-se também nos demais Estados? Sim. Por que então se diz que Goiás fomenta a guerra fiscal? Porque os programas de desenvolvimento regional praticados no Estado são mais ousados do que em outras unidades da Federação, fazendo com que os empresários que aqui se encontram tenham mais segurança para realizar seus investimentos, daí a razão dos resultados que vêm sendo alcançados mesmo em um momento de crise.

Por que o setor sucroalcooleiro não utiliza os incentivos fiscais e sim os benefícios fiscais? Porque os incentivos incidem sobre o saldo devedor de ICMS, como a operação de produção e remessa para a indústria é isenta e o álcool anidro é adicionado à gasolina, elimina a possibilidade de geração do saldo devedor nesta transação, só ocorrendo no processo de distribuição, daí a necessidade de se conceder o crédito outorgado, que se trata de um mecanismo similar a um redutor de alíquota para compensar as usinas no que tangem à redução da carga tributária, estimulando assim a permanência e a vinda de novas usinas de álcool para o Estado.

É por esta razão que 65% dos investimentos programados para o Estado nos próximos dois anos, algo em torno de R$ 18 bilhões, são destinados ao setor, o que se traduz em garantia de continuidade de geração de empregos nos próximos anos, mesmo com cenário econômico adverso.

Tal como no restante do País, a agropecuária também contribui para que 5.103 empregos fossem adicionados ao estoque de empregos com carteira assinada presente no Estado de Goiás. O segmento participou com 20,2%, do total, ficando pouco atrás do setor de serviços, com 26,8%.

No comparativo com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 21%. No Estado de São Paulo, o estrangulamento no setor foi ainda maior, ficando na casa de 41%. A diferença está no perfil da atividade industrial; naquele Estado, grande parte da indústria se encontra no segmento de bens de capital, que acumulou até o mês de abril perdas de 32%, sendo 12,68% naquele mês.

O mesmo não se verifica com Goiás, que ainda vive a primeira fase do processo de industrialização, caracterizada pela indústria de bens de consumo leves, com destaque para o setor de alimentos, bebidas, têxtil, papel e celulose e calçados. Dentre estes segmentos, o que apresenta maior peso na economia goiana é o de alimentos, bebidas e os provenientes do setor têxtil. No setor de calçados, muito embora tenha sido montada uma estrutura física no município de Goianira, os resultados ainda são muito tímidos, isto devido à inexistência de uma política de valorização do couro, do nascimento do bezerro ao estágio de abate e também em razão de uma política tributária equivocada.

Por que você diz que a política tributária para o estímulo da produção calçadista é equivocada? Porque ela desonera a saída do couro no estágio “wet blue”, e onera no destino do couro para a atividade industrial. Com isso, grande parte da produção é artesanal, realizada por pequenas unidades industriais e que, para sobreviver, se encontram na atividade informal. Para vencer este problema deveria se onerar a saída do couro no estágio acima mencionado e desonerá-lo nos estágios seguintes, para estimular a industrialização e a produção em escala. Se isto estivesse sendo feito, a resposta em termos de produção, renda e empregos formais seria muito maior.

Por um lado, as políticas públicas que vêm sendo adotadas no sentido de estimular a produção e a geração de empregos no País e em Goiás ainda necessitam de ajustes. Por outro lado, não se pode esquecer que elas fazem parte da própria conjuntura econômica instalada em um cenário de crise financeira e econômica que ainda levará algum tempo para ser vencida, razão pela qual os resultados alcançados em relação ao número de empregos gerados no mês de maio, apesar de mostrar uma luz no final do túnel, ainda estão longe de resolver os problemas que o desemprego vem causando no País.

Profissão: contabilista

Diferentemente do economista, o contabilista já tem o seu lugar no âmago das empresas, das sociedades civis representativas e, porque não dizer, nas três esferas de governo (União, Estados e Municípios).

A princípio como um simples guarda-livro, responsável tão somente por registrar as receitas e despesas que envolviam a operação dos agentes acima na economia. Posteriormente, com o advento da Lei 6.604/76, ganhou novos contornos em face da modernização e harmonização da lei societária com os princípios fundamentais e melhores práticas contábeis em razão do processo de globalização.

Há dois anos foi aprovada a Lei 11.638/07, que alterou a lei das sociedades anônimas promulgada em 2006, trazendo novos avanços e criando as bases para novas modificações como as que se inserem na Instrução 457.

No âmbito da nova lei veio a Instrução 457, que dispõe que as companhias brasileiras de capital aberto deveriam, a partir de então, elaborar demonstrações financeiras anuais consolidadas com base nos padrões internacionais (IFRS) já em 2010, apresentando-as na forma comparativa. Sofreram modificações os instrumentos financeiros como derivativos contratos de arrendamento mercantil, equivalência patrimonial, transferência, incorporação, fusão e cisão, reavaliação de ativos, a necessidade da demonstração dos fluxos de caixas nas demonstrações das companhias abertas, a eliminação da obrigação de apresentar a demonstração de origem e aplicação dos recursos, dentre outras. Com isso, os papéis dos contabilistas foram se modificando, para acompanhar as exigências presentes em uma economia globalizada.

Neste sentido, a contabilidade ganhou nova dinâmica e nova importância, haja vista que não há mais lugar no mercado para o simples guarda- livro. O profissional de contabilidade passou a conhecer não só a contabilidade de empresas de capital fechado, mas, sobretudo, de capital aberto, cuja alocação de recursos se faz mediante a colocação de ações nas bolsas de valores, sob a fiscalização constante da Comissão de Valores Mobiliários.

As demonstrações financeiras elaboradas pelos profissionais da contabilidade nestas empresas têm que retratar fidedignamente a realidade, pois são auditadas por profissionais do ramo e que agem de forma independente, dando aos futuros compradores de suas ações a tranquilidade necessária que a atividade merece.

Portanto, meus amigos, a contabilidade está mudando para melhor e com isso garante novas oportunidades de trabalho tanto para os alunos, na forma de estágio, como para os que já atuam na área.

O processo de globalização não tem volta e a cada modificação que ocorre na economia, novas exigências serão feitas dos profissionais que atuam na área de negócios. Por esta razão, o futuro profissional deve buscar cursos que tenham estreita relação com as exigências do mercado.

Diante disso, pergunta-se: onde fazer um curso de Contabilidade que esteja focado nas demandas do mercado? Em uma escola de negócios. Por quê? Por que em uma instituição como esta se trabalha com programas atualizados, combinando teoria e prática, dando ao futuro profissional a segurança necessária para atender às demandas urgentes que se apresentam nas empresas.

Qual a diferença de uma escola de negócios com as demais? Em uma escola de negócios se tem todas as disciplinas que o MEC exige, e outras de caráter específico da área de finanças, importantes para atender às necessidades impostas pelas novas legislações às empresas que trabalham ou não com capital aberto.

Feitas estas considerações, pergunta-se: o contabilista trabalha apenas no segmento empresarial? Não, pode atuar também nas esferas públicas, fazendo a contabilidade das administrações públicas: federal, estaduais e municipais. Neste caso, a legislação que orienta as demonstrações financeiras a serem elaboradas deve seguir os preceitos da Lei 4.320/64, em harmonia com a Lei 101/97, também conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal.

O contabilista exerce um papel fundamental nas administrações públicas, já que orientam não só a contabilidade, mas principalmente a construção das leis de diretrizes orçamentárias que dão o norte para o bom desenvolvimento das ações a serem emanadas nestes poderes.

Não obstante a operação dos orçamentos, ganha importância também o processo de fiscalização das receitas e despesas públicas, constitucionalmente a cargo dos órgãos de controle interno e externo.

O controle interno, após a Constituição de 1988, fica a cargo do próprio Executivo, enquanto que o controle externo é exercido pelos Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios, quando for o caso. Tanto no âmbito interno como externo, a fiscalização é de caráter orçamentário, financeiro e patrimonial, dependendo da ação de contabilistas especializados, pois as análises técnicas requerem, além de seus conhecimentos, outros de ordem econômica e jurídica. Por esta razão, nenhum órgão da administração pública direta e indireta, como autarquias, fundações e sociedade de economia mista, pode ficar sem a consultoria dos profissionais citados acima e principalmente dos contabilistas.

Outro dado importante e que não pode deixar de ser mencionado é que profissionais de contabilidade com forte conhecimento em finanças de mercado vêm ganhando espaço em áreas privadas desta profissão, como a de controladoria, auditoria e perícia. Esta é mais uma razão para que o futuro aluno busque a formação em uma escola de negócios, pois naquele ambiente são treinadas para oferecer os melhores serviços as empresas de caráter nacional ou mesmo multinacionais e transnacionais.

Portanto, meus amigos, a contabilidade tem avançado muito e ainda tende a prosperar ainda mais, se constituindo assim em uma grande profissão e de alta aceitabilidade no mercado.

O conhecimento por parte do contador de áreas afins é fundamental, pois melhora principalmente sua capacidade de análise de indicadores dos planos de negócios elaborados por eles, ou mesmo por profissionais ligados à administração e à economia.

No meu caso, que tenho formação em Contábeis e em Economia, há grande facilidade para não só passar meus conhecimentos a meus alunos, nas Faculdades Alfa, como também em consultorias externas, poder analisar questões de ordem econômica, financeira, tributária e patrimonial, auxiliando principalmente entidades civis representativas na discussão de temas importantes como o do Substitutivo de Reforma Tributária, que se encontra em curso no Congresso Nacional. Procuro também prestar um serviço à altura dos meus conhecimentos nestas duas áreas acima mencionadas ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás, responsável pelo controle externo da administração pública direta e indireta.

Fica aí aos novos vestibulandos a certeza de que, fazendo Ciências Contábeis, vocês terão grandes oportunidades no mercado, seja como consultor, empreendedor, professor, profissional de empresas e entidades civis representativas e ainda nas esferas de governo.

Principalmente em um ambiente de crise, deve- se pensar em cursos que deem aplicabilidade ao que se aprende nos bancos das escolas, que não se guiem apenas pela emoção, mas, sobretudo, pela razão.

Junte-se a nós, seja também um contabilista.